Fenasucro projeta R$ 13 bilhões em negócios e mercado de bioenergia impulsionado por inovação

Demanda global por bioenergia impulsiona negócios na Fenasucro e Agrocana Divulgação Considerada uma das maiores feiras dedicadas à bioenergia do mundo, a ...

Demanda global por bioenergia impulsiona negócios na Fenasucro e Agrocana Divulgação Considerada uma das maiores feiras dedicadas à bioenergia do mundo, a Fenasucro & Agrocana espera movimentar R$ 13 bilhões em negócios em 2025. A projeção é 21% maior em comparação com o resultado da edição passada do evento, que acontece entre terça-feira (12) e sexta-feira (15) em Sertãozinho (SP), um dos maiores polos produtores de cana-de-açúcar do país, na região de Ribeirão Preto (SP). A busca por atualização tecnológica nas indústrias sucroenergéticas, para otimizar a produção de açúcar e etanol, e uma maior demanda pelo biometano no maquinário agrícola, em um cenário de transição energética e descarbonização, são os principais fatores favoráveis, segundo o presidente da feira, Paulo Montabone. "Toda parte que colhe, planta e transporta cana-de-açúcar ou biocombustível vai sair do combustível fóssil para um biocombustível, no caso o biometano. Nós estamos falando de descarbonizar o campo com produtos e soluções gerados dentro da própria usina", afirma. ✅Clique aqui para seguir o canal do g1 Ribeirão e Franca no WhatsApp Em sua 31ª edição, a Fenasucro espera visitantes de 60 países no Centro de Eventos Zanini e reúne o que há de mais moderno em tecnologias e equipamentos voltados para o uso de fontes renováveis de energia, sobretudo as resultantes de biomassas como a cana-de-açúcar, além de milho. O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB), e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), são esperados durante uma das conferências, na tarde desta terça-feira. Inovação e investimento Após se expandir ao longo dos anos com a abertura de usinas e com o aumento do consumo de etanol nos carros, o setor sucroenergético vive um novo momento de ascensão, analisa Montabone. Inovações nacionais têm ampliado o aproveitamento da cana para fazer frente às demandas globais de sustentabilidade em outras áreas. 🔎Segundo dados de 2024 da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), os derivados da cana representam mais de 16% da matriz energética nacional, atrás apenas de petróleo de derivados, com 34%. Além de avançar em áreas como a cogeração - a produção de energia elétrica ao mesmo tempo em que se produz energia térmica com queima da cana e/ou de resíduos -, o segmento já tem no biometano uma realidade promissora, embora ainda pouco explorada. Usina de cana na região de Ribeirão Preto Reprodução/EPTV A substância obtida a partir da purificação do biogás nas usinas tende a ter uma escalada de produção diante de políticas como a do governador de São Paulo, que quer substituir todo o diesel no estado, sobretudo o utilizado pelo agronegócio, pelo combustível renovável. "O grande investimento que nós estamos tendo é na questão do biogás biometano. Esse investimento que vai descarbonizar o campo agro de São Paulo é o que nos faz manter uma projeção arrojada de R$ 13 bilhões de negócios." LEIA TAMBÉM 'Tarifaço' de Trump pode causar 'efeito chicote' no preço da carne brasileira, diz especialista; entenda Dados, conectividade, sensores: o que é agricultura inteligente e quais são as novas aplicações no campo? IA, controle de temperatura, logística: inovações potencializam papel sustentável da cana-de-açúcar Como será maior unidade de biogás do país a partir de resíduos da produção de suco de laranja Outras inovações como o hidrogênio verde e o combustível sustentável da aviação (SAF) estão em fase de pesquisa e desenvolvimento, mas já movimentam aportes da iniciativa privada. A Fenasucro inclusive criou um espaço, a Fenabio, com palestras e cerca de 30 expositores, dedicado exclusivamente a essas novidades. "A gente precisa sair dos veículos leves, que é o que a gente já domina, para ir para os veículos pesados, que é o nosso principal foco: caminhão, navio e avião", diz. 🔎O hidrogênio verde é um combustível produzido a partir de uma eletrólise, uma corrente elétrica que separa a água do hidrogênio e que pode ser obtido por diferentes fontes renováveis como a eólica e a solar. No caso dos resíduos da cana, essa separação é possível por tecnologias como um reator, que extrai a água da vinhaça. Outro processo extrai o H2 ao fazer com que o próprio etanol reaja com a água a altas temperaturas. 🔎O combustível sustentável da aviação é uma alternativa à querosene e pode ser obtido por meio de diferentes matérias-primas, inclusive o etanol extraído da cana-de-açúcar ou de seus resíduos (etanol de segunda geração). Seja para ampliar aquilo que já se consolidou no mercado, seja para explorar novas potencialidades da cana, os investimentos em itens como caldeiras, moendas e turbinas na Fenasucro são de médio e longo prazo. "Quem está vindo à Fenasucro de 2025 está comprando equipamentos para fazer a safra de 2026, 2027, porque um equipamento demora às vezes dois anos para ser feito e entregue. Uma caldeira nova de usina demora um ano e meio para ser fabricada (...). São gigantescas as coisas. Você tem que prever e isso já mostra que os próximos cinco anos desse setor vão ser promissores." Biogás: aproveitamento de resíduos é estratégico para transição energética Fenasucro 2025 Quando: de 12 a 15 de agosto de 2025 Onde: Centro de Eventos Zanini (Sertãozinho-SP) Informações: no site oficial da feira Veja mais notícias da região no g1 Ribeirão Preto e Franca VÍDEOS: Tudo sobre Ribeirão Preto, Franca e região